quinta-feira, 7 de julho de 2011

Uma morte que vem se anunciando


Para algumas pessoas é mais fácil falar mal do time que torce do que bem. Eu não gosto, queria falar maravilhas, mas no caso do Avai de hoje, aquele que jogou contra o Bahia, ontem, não dá.
Sou um torcedor que sofro durante o jogo. Pulo, berro, xingo e vibro com o gol. Ontem, por mais torcedor que eu seja, fiquei com raiva.
Quando o Galo chegou, comentou que o Avai estava sem preparo físico, ele tinha toda razão. No jogo de ontem, com trinta minutos do primeiro tempo, todos os jogadores estavam com a boca aberta, com falta de ar, com o freio de mão puxado. Isso é um absurdo, se tratando de um time profissional de série A. Tudo bem, não podemos exigir que determinado jogador dê um balãozinho, faça um gol de letra, isso depende da técnica individual de cada um, mas se tratando de preparo físico, todos precisam estar 100%, é obrigação do ATLETA.
Ontem escutei em algumas rádios que o culpado do jogo foi o Rafael Coelho, que o lance foi o gol que ele perdeu. Tudo bem, ele poderia ter marcado, mas isso não apaga os dois gols bestas que o Avai e sua saga tartaruga tomaram. Ora, o Rafael fez um gol e colocou o Avai na frente, fez sua parte. No primeiro contra ataque, a zaga toma um gol porque é lenta. O Gustavo Bastos, que marcava o segundo homem, o mesmo que fez o gol, estava correndo atrás, como se não fosse com ele. Minutos depois, a mesma coisa, lentidão no lado direito do Avai e gol do Bahia.
O Avai já tomou 22 gols no campeonato, a segunda pior defesa tomou 15. Será que o treinador não vê que o problema está na saga, neste miolo? Será que ele vai insistir em jogar com dois zagueiros mesmo tomando tantos gols assim? Isso é burrice e teimosia. O problema do Avai é tomar gol, está na cara. Se faz quatro gols em duas partidas, beleza, ataque matador, mas se toma quatro, é porque o esquema está errado.  É o que está acontecendo.
O Avai tem alguns jogadores que não podem estar na série A, como o lateral direito, Daniel, o atacante Fábio Santos, Maurício Alves. Por incrível que pareça, o Batista fez falta. Nós não temos nem o catimbador, que segura à bola na mão antes do adversário bater a falta, que dá de dedo no juiz, que faz as malandragens necessárias. Futebol é isso. Nem o Wilian está mais preocupado, pelo menos é o que parece.
Já se foram oito rodadas e o Avai cada vez mais distante do quinto colocado, que é nosso ridículo objetivo, sair da zona de rebaixamento.
Como diria o manezinho, a vaca está no brejo e cada vez mais atolada. A morte na série A está chegando, o buraco está cavado e o coveiro doidinho pra trabalhar.

2 comentários:

  1. André, meu amigo, o problema do teu time do coração é um cara, só um. Isso eu digo desde que o teu time subiu para outros amigos que possuem o mesmo mau gosto que tu na hora de se vestir, lá em 2008/2009, quando jogaram um futebol bonito de se ver, não só convincente, mas, principalmente, consistente.

    O problema do teu time é um cara chamado Luis Alberto.

    O que hoje acontece com o time do lado de lá da ponte, era piada velha, carta marcada. Isso já tinha acontecido pelas mãos do mesmo Luis Alberto com o Gama, Brasiliense e Paraná. Todos tiveram times fortes, com futebol simples e eficiente - que no frigir dos ovos é o que interessa - mas que na verdade serviam apenas de catálogo para que o tal senhor expusesse suas mercadorias aos compradores do mercado, sedentos por jogadores eficientes que fizessem pelas suas agremiações aquilo que as estrelas que venderiam camisas não fariam dentro de campo.

    Aconteceu com eles, está acontecendo com o Avaí. Infelizmente. Infelizmente de verdade, dessa vez não é ironia, pois o Avaí forte faz com que o Figueirense se obrigue a ser forte também.

    Quando me mandaste um email dizendo que o meu time sofria por estar nas mãos de empresários, enquanto o teu estava na mão de um apaixonado, achei engraçado e ingênuo vindo de alguém tão inteligente quanto tu és.

    Para nosso infortúnio, não existe mais base, tudo está nas mãos dos empresários. Disputar a série A é quase uma covardia, haja vista a absurda diferença abissal nas cotas do televisonamento. Querer competir com Corinthias, Flamengo e São Paulo, seria o mesmo que hoje encararmos a RBR com Vettel na direção, a bordo do meu velho Del Rey, que não foi o que matou a Lúcia, mas tinha o mesmo charme daquele.

    É claro que a diretoria deu aquela forcinha para atolar o teu time na merda quando contratou o Gallo. Quando disseram que contratariam o Goiano, pensei, "Que merda, agora o time deles vai ter padrão, vai jogar ajeitadinho, vai ser regular e difícil de ganhar deles" Quando anunciaram o Gallo, pensei, "Isso vai ser divertido, mas vai dar pena".

    O Gallo é horrível, não entende nada de padrão tático e, como técnico, passa longe do volante competente que foi, mas a culpa, como sei que sabes, não é dele, é de quem o aceitou como técnico.

    Enfim, o que há de positivo nisso tudo para vocês, é que a melhor época para se passar uma má fase num campeonato tão longo, é o início, pois todos os times, invariavelmente, em algum momento passarão por ela.

    Só não pode adiar demais a recuperação, sob o risco de repetir o fiasco encenado pelo América de Natal anos atrás.

    Abraço.

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  2. David, concordo em parte.
    Não acho que o Luiz Alberto seja o principal problema, os números do Avai dizem bem ao contrário. Passagem para série A, sexto lugar em 2009 (melhor que o figueira em sete anos...hahahhaa) e dois campeonatos catarinenses.
    É obvio que pra eles o importante é mostrar jogadores, ganhar din-din, e não vejo problema nisso, desde que o time não sofra as conseqüências. Acho que com o Luiz Alberto o Avai tem tido mais sucesso do que Brasilense, Paraná e Gama. No Corinthians eles também querem mostrar jogadores para vender, é normal.
    David, acho sim que o Avai, diferente do Figueira, tem um presidente mais fiel e apaixonado pelo seu time, diferente do Prisco Paraíso, que foi a comparação que eu fiz. O Prisco entrou no figueira como um grande patrocinador, um administrador e deu certo na época, mas acho que como clube o figueira não cresceu, como patrimônio. O Avai em dois anos cresceu mais que o figueira em sete, é o que acho. Quanto ao atual presidente do Figueira, não conheço.
    Não esqueça que o Duram é exatamente como o Luiz Alberto.

    Acho que o futebol brasileiro está muito diferente e mais igualitário que dez anos atrás. Sei que hoje a diferença é grande, mas já foi bem maior, muito maior. Só em pensar que nossos times estão na série A, temos a certeza que as coisas mudaram. Nunca vamos ser um flamengo, fluminense, mas dentro de campo não existe mais o campeão, o GRANDE favorito, está muito igual. Nós temos que parar de achar que somos sempre pequenos, que precisamos lutar pra não cair. Porra, qual que é a graça em disputar a primeira rodada ouvindo nossa crônica esportiva dizer que temos que lutar pra não cair? Na primeira rodada? Qual o sentido disso? Não faz sentido.
    Eu gostaria de ter o Goiano, gosto desses caras que apostam, que querem jogar e vencer. Mas isso é o mesmo problema que citei acima, sempre estamos pensando que somos menores. Tu já imaginaste o Mauro Ovelha treinando Figueira ou Avai? Nuca vai acontecer, e são essas coisas que não entendo. O Aloísio e o Cleverson, que vieram da chapecoense, são os destaques nos nossos times, alguém imaginava? Não, porque veio da Chapecoense.

    Ontem ouvi o Miguel tocando o terror no Julhinho porque ele vai sair, porque vai pro Vasco, que é muito ruim, que é furada pro Vasco. Pô, isso é um tremendo desrespeito, deixa o cara sair, deixa ele escolher. Primeiro elogiam, depois acabam com o jogador. Aqui em floripa isso é em tudo, se alguém se destaca, alguém vai fazer força pra puxar pra baixo. É a província.
    Podes ter certeza, Avai acaba na frente do Figueira.

    Vamos tomar uma cerveja, vamos?
    abs

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