segunda-feira, 27 de junho de 2011

São José das enganações imobiliárias


Em 2009, o prefeito de São José encaminhou projeto de lei para a Câmara de Vereadores, que aprovou, com o seguinte texto: “Autoriza o chefe do executivo a permutar parcela de terras pertencente ao município, por área edificada e a ser construída, destinada à futura "Policlínica de Barreiros", dando também outras providências”. Quando se escuta falar, parece a melhor coisa do mundo, mas depois, quando se entende melhor, nota-se que não é tão bom assim.
Nasci e cresci em Barreiros. Estudei, fiz amigos, joguei futebol e andei muito de skate na pracinha Antônio Schroeder, local do projeto.Também trepei muito nos pés de João Bolão, mas agora não é mais possível.
Contextualizando...
Há uns quinze anos, o poder público desocupou o último campo de futebol existente nessa região de Barreiros, o campo do América. Era um terreno que o falecido Coronel Américo doou pra comunidade montar um time. Enfim, sem muito esforço, conseguiram desocupar, interditar, e no lugar ergueram três prédios.
É a especulação imobiliária ganhando mais um jogo. Depois reclamam quando crianças usam drogas, andam ociosas na rua procurando o que fazer. E não venham me dizer que uma coisa não tem a ver com a outra. Pra onde vai lazer, pra dentro dos prédios?
Em 2007, se não me engano, após a morte da esposa do Coronel, a família providenciou a venda do terreno onde eles moravam, uma linda quadra, com fonte de água, inclusive.  Ficava uma rua ao lado do campo do América. A família estava errada? Não, estão agindo dentro da lei, a lei do capitalismo. Essa seria a atitude de qualquer um, não podemos ser hipócritas. Mas daí pergunto: o poder público não poderia comprar um espaço desse, lindo, único, para a comunidade usufruir? É caro? Não vale a pena? Será que isso não é tão importante que aplicar recurso em educação, saúde, ASFALTO? Às vezes escuto políticos dizendo que “devemos buscar os valores das famílias”, mas no fundo não estão nem aí.
Será que não vamos ver um prefeito em São José que não pense só em obras e tome providências que atinjam diretamente o meio, sem pensar na maldita reeleição? Agora está lá, mas três torres gigantes, um trânsito infernal e uma fonte de água com a “boca amordaçada”. Alguém perguntou o que a comunidade acha daquilo? Não, nunca perguntam.
 Agora vem a policlínica...  
Cresci jogando futebol lá em cima da praça, no barranco. Tínhamos um campo de areia, único da região. Todos os dias no final de tarde, íamos brincar de bola. No final de semana, fechávamos jogos entre Barreiros e Bela Vista, dava um bocado de gente.  De uma hora pra outra inventaram de colocar a Polícia Militar e disseram: pode deixar que o campo vai continuar aberto pra comunidade. Vai lá e tenta jogar bola, vê se eles deixam. Lá fomos nós de morro abaixo.
Lá embaixo, onde será construída uma policlínica, além de jogar futebol e basquete (quando tinha cesta) na quadra, também andávamos de skate, muita gente. Tudo bem que pra alguns eram todos vagabundos, mas lá estávamos nós, brincando de carrinho. Hoje vou à praça pra levar meus filhos no parque, eles preferem o ar livre que os parques fechados, mas acho que esses dias estão contados.
Ano passado, descobri que havia um projeto de lei (4926/2009 de 17/12/2009) aprovado na câmara para construir uma policlínica, e claro, me assustei. Ninguém na comunidade sabia, parecia que não deveriam saber. Se fizeram audiência pública, não fiquei sabendo, mas gostaria de ler a ata. Naquela hora eu pensei: uma policlínica pode ser bom porque a saúde do município está um lixo, e Barreiros precisa.
Fui atrás do projeto de lei na câmara para verificar como estava o texto. Achei estranho. Estava escrito que a prefeitura poderia permutar parcelas de terra do município para construir a policlínica. O que significa: irão dividir o pedaço em quatro partes, sendo que destes, 25% ficará para construir a policlínica e os 75% restantes, ficam com uma construtora que tem obrigação de fazer a obra. Claro, ganha de lambuja o restante do terreno. Como esta empresa será escolhida eu não sei, mas acho um absurdo, ainda mais se tratando do único espaço público da região.
Esta semana li uma matéria em um jornal de bairro, onde moradores estão dizendo que serão construídos dois prédios além da policlínica, edifícios em torno de onze andares. Alguns, inclusive, indignados, querem a policlínica, mas não aceitam os prédios. Dizem que o transito local já está insuportável, e que com a construção ficará pior.
Olha, desocupar uma área verde para construir uma policlínica já é bem contraditório, imagina permutar parcelas de terra. Absurdo!
O argumento da prefeitura vai ser o mesmo de sempre: na temos condições financeiras para construir uma obra dessa envergadura, temos que permutar. Pra mim isso é balela. O que é mais importante, construir a policlínica ou asfaltar ruas? Se gasta milhões para pavimentar ruas, e não tem dois milhões para construir uma obra com essa importância? Por que não construir uma boa policlínica, com um bom espaço de área verde para as pessoas usufruírem, sem ter que dar um pedaço de terra para uma dessas construtoras sangue sugas? Por que não ser diferente? Isso não dá voto? Cadê os cinqüenta milhões de recursos próprios tão divulgados nos out doors?
Se estão desocupando casas para construírem prédios nesta região, o que é lamentável, por que a prefeitura não compra duas casas e constrói a policlínica, deixando a praça para a comunidade?
Por que não fazem um palco para apresentações ao ar livre, isso é caro? Não tem como administrar? Não existe Secretaria de Cultura?
Até posso mudar de idéia, desde que a comunidade de Barreiros, na sua maioria e de forma democrática, aprove esta ação, o que não acredito.
Ainda há tempo, é só querer.
Enquanto isso, asfalto aqui, asfalto pra lá.
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p.s. fiz esse texto especialemnte pra alguns amigos que conhecem bem o pedaço, Coca, Goi, Rafinha, Jefinho, Fernando Negão, Zenk, Sandro, Fabiano, Luciano, Thiago, Jean, Rafael, Eduardo,  Bilico, Marlon, América, Tanaka, Paulinho, Guigo, todos que sabem do que estou falando.
p.s. seria interessante que o vereador do bairro esclarecesse bem o que foi aprovado, tendo em vista que ele era presidente da Câmara na época.
p.s. ter um blog é bom porque aqui podemos falar o que temos vontade de berrar.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

A discussão eterna da cultura

Se tem uma coisa que me incomoda é ver tanta discussão sobre cultura e pouca ação cultural. Hoje fiquei sabendo que alguém do Ministério da Cultura vêm a floripa para discutir as políticas públicas da área. Tantos já passaram por aqui, outros irão passar e nada acontece, não tem jeito.
Eu não acredito que alguém está vindo de Brasília pra escutar o povo daqui e tomar providências concretas que beneficiem os artistas. Alguém pode dizer: mas o Guesser está sendo muito pessimista. Da outra vez que o Ministro esteve aqui, inclusive com a senadora e pré-candidata ao Governo Estadual (2010), Ideli Salvati, também se falou um monte de coisas, várias promessas foram feitas e nada, só purpurina.
Sinceramente, é melhor que os artistas sentem numa mesma mesa para planejar ações formiguinhas, unindo forças, sem esperar por algo dos governos. Eu sei que muitos já fazem, mas são poucos.
Aquele papo de Governo Independente funciona. De fato é possível fazer, mas precisamos estar juntos.

E aquele conselho da música que escolhemos para representar SC em Brasília, como é que está? O que deu?

sexta-feira, 17 de junho de 2011

SP: uma viagem de risco

Em 2007, recebi uma ligação do SESC Pompéia dizendo que a Samambaia tinha sido selecionada para participar do projeto Prata da Casa, resultado de uma visita um ano antes, onde deixei vários materiais da banda. Na verdade, não acreditava que analisariam, fui surpreendido e lá fomos nós.

Na viagem, além da banda, eu, Thiago, Daniel, Jean e Jaguarito, foram juntos Cassiano Ferraz, fotógrafo e Robson, mas conhecido como “demonho”, nosso querido motorista.

Logo que fiquei sabendo do dia da apresentação e do cachê, providenciei de fechar mais dois shows em Sampa, para aproveitar a oportunidade. Além do SESC, a SSC tocou no bar Sarajevo e no Ton Ton Jazz. Nem te conto!

Lembro que na ida todos estavam dormindo porque era madrugada, inclusive o demonho, que acordou quando bateu num cone, dando esporro na banda porque estávamos dormindo. As vezes acordávamos e ele estava com a poltrona deitada assistindo filmes no dvd, que ficava na parte de trás. Mas tudo certo, estamos aqui, vivos, pra contar esses causos. O preço do demonho é imbatível, e no underground isso conta muito.

Para tocar no SESC tinha toda uma burocracia, liberação do ECAD, da Ordem dos Músicos, uma nota fiscal de pessoa jurídica que trabalha com cultura, um terror. É claro, a banda não sabia da missa a metade, nem tinha porque contar, o negócio deles era subir e sentar o sarrafo, sem se preocupar com os pormenores.

Tive que dar um laço na ordem dos músicos. Assinei uma declaração dizendo que os músicos, logo após o show, fariam a carteirinha da organização, só assim para liberarem nossa participação. O Ecad não tinha jeito, tivemos que pagar uma graninha pra eles, mesmo sendo uma apresentação com nossas músicas, fazer o que. O contrato, esse estava enrolado. Todos os contratos sociais de empresas que eu mandava, o SESC negava, não tinha jeito e a data estava cada vez mais próxima. Mesmo sem essa garantia, nós fomos pra lá, sem dinheiro, na esperança de tocar. Eles (músicos) não sabiam disso, agora estão sabendo.
Chegamos em SP, no SESC, lá vou eu procurar a diretora. Encontro a moça, uma pessoa atenciosa, que me diz:

Moça: André, vocês não podem tocar, o contrato não pode ser feito.
Eu pensei: Puta merda! Depois falei: veja bem, viemos de Floripa, nosso sonho é tocar no SESC Pompéia, etc, etc e etc.
Moça: olha, vou lá em cima conversar, vocês esperam, deixem os instrumentos no carro. Acho que vai ser difícil.

Voltei pra falar com os guris, ele todos felizes, deslumbrados com o lugar, que é lindo, e eu disse: tá tudo certo, só temos que esperar um pouco pra começar a passagem de som. Vai ser massa!
Eu ficava naquela, ia lá, voltava pra cá e nada. E eles perguntavam: e aí, algum problema? Não, tudo certo, tudo nos conforme.

Acho que o show estava marcado para às 19h, quando deu 17h30min, a dona moça me chamou lá em cima.

Moça: André, você sabe que vocês não cumpriram os requisitos. O pessoal aqui acha que não podemos deixar a SSC tocar, não estão com todos os documentos.
Eu: veja bem, nossa banda está começando agora, temos muitas dificuldades, queremos muito nos apresentar, blá, blá, blá...
Moça: tá bom, essa será a única vez que abriremos exceção, por conta de vocês serem de SC, estarem aqui e tudo mais. Mas tem uma condição: vocês só receberão o cachê depois, quando enviarem o contrato, ok?
Eu: claro, sem problema, vocês que mandam, queremos subir no palco e tocar, mostrar nosso trabalho, o dinheiro é o de menos.

Tinha que falar aquilo, pois com o show feito, tinha certeza que pagariam, seria justa causa. O problema é que tive que torrar o cartão de crédito com hotel, alimentação e transporte, mas já era praxe, a grana sempre entrava depois, esse é o mundo do independente.

No final das contas, fizemos um baita show, vendemos cd’s, trocamos idéias com diversas pessoas e o resultado foi muito bacana.
A estrutura que colocam pra bandas é muito boa. O técnico de som é maravilho, um dos melhores que já trabalhei. Até o camarim, raro nessas excursões, era ótimo.
Saímos de lá e fomos à busca de um hotel, perto da rua Augusta (não pensem besteira), rua onde fica o Sarajevo, bar que tocaríamos no próximo dia.

E agora, acha hotel bom e barato. Parecia uma procissão, parávamos em tudo que era lugar pra ver o preço, pra ficar dentro do orçamento. Nesta hora, umas 23h, o pessoal já estava bem cansado, sem paciência, mas achamos. Comemos um cachorro e fomos dormir. Pior que quando parávamos, em qualquer lugar de SP, vinha uma criança pedir dinheiro, coisa triste, centenas. Essa é a  vida.

No dia seguinte, acordamos, o Jean foi atrás de sebo, o Thiago com auxílio do demonho e Cassiano, atrás de peças de carro, o restante ficou dormindo. De tarde fomos atrás de instrumentos musicais, quer dizer, quase todos, o Jean continuou nos sebos. Não lembro bem, mas acho que o Jaguarito ficou na casa de um brother dele, pra nossa sorte, assim conseguimos dormir mais tranqüilos.

Começo da noite, fomos pro Sarajevo, passamos o som, batemos um papo com o proprietário, pessoa gente boa, e por volta das 23h começamos a tocar. Foi um show muito legal, com um público interessante. Vendemos alguns CDs neste dia.
Terminou o show, pagamos a conta das bebidas, que foram várias, e voltamos pro Hotel dez estrelas. Lembro que a garagem onde ficava a van era um transtorno, uma hora só pra conseguir guardar o veículo.

No outro dia, uma quinta, levantamos, almoçamos e fomos a MTV. Eu havia conversado com algumas pessoas e marcado um possível encontro. Fomos todos lá. Uma menina nos recebeu, trocamos uma idéia, deixamos DVD, cd’s e fomos embora. Nunca mais fizemos contato. Até tentei, mas não rolou interesse por parte deles. Na real, não estão nem aí.
Saindo de lá, fomos, é claro, ver instrumentos musicais. O Jean foi pra outro lugar, acho que visitar sebos.

Final da tarde nos encontramos e rumamos para o Ton Ton Jazz, um bar que fica em Moema. Chegamos lá e ficamos admirados com o local, uma estrutura boa, um som de primeira. Naquela noite a SSC tocou com outra banda, uma banda cover. Foi bom, assim foi possível tocar nossas canções sem se preocupar com o tempo de show. Isso sempre foi um problema para as bandas autorais.
Era uma casa tipo o Armazém Vieira. Subimos no palco meio cabreiros, pensando: hoje vai ser uma merda, o público não vai topar. Mas que nada, foi um bom show e o público gostou, aplaudiu e dançou. Lembro que tinha uma mesa com uma família, com crianças, inclusive, e eles fizeram um baita barulho. Aquela foi a noite que mais vendemos cds. Foi naquela noite que vendemos um cd a R$ 100 reais, o mais valorizado da história da banda. Teve um gringo que adorou o show e me deu R$100, eu pedi pra esperar que iria dar o troco e ele não aceitou, daí não fiz muita força, é claro.

Como era o último dia, resolvemos curtir o show da outra banda, que parecia o Bon Jovi. Uma dose aqui, uma cerveja ali e nos divertimos um bocado. O Jean era o mais animado, dançava, pulava, e cantava. O Jaguarito já estava na van, ranzinza, pedindo pra ir embora. Não tinha jeito, tínhamos que esperar pra fechar a porta.

Terminado o show, vamos fechar a portaria, ver quanto rolou pra dividir entre os artistas. Papo vai, papo vem, e o excomungado do vocalista da outra banda me diz:
Excomungado: ó, aqui nós trabalha da seguinte forma: quando a pessoa entra na casa, nós pergunta que show ela vem assistir, e repassamos o couvert pra banda citada.
Eu olhei pra ele e disse: isso só pode ser piada!
Excomungado: não, estou falando sério.
Nisso ele chamou a gerente, a mãe dele, uma besta quadrada que confirmou tudo. Daí fechou o tempo, faltou pouco pra grudar no pescoço dos dois. Respirei, argumentei (como gosta de dizer o Jean) e relaxei.

Não chegamos a um consenso, não tinha como. Deram-me uma parte do couvert, um pouco mais, dentro da ótica deles e fomos embora, todos putos e o Jean bêbado, que ficou sabendo(entendeu) só no outro dia. Acho que levamos R$ 300 pilas, um negócio assim. Ainda bem que vendemos um cd a R$ 100.

Na volta pro Hotel, o Dr. enxaqueca, Jaguarito, quase grudou no pescoço do Jean, que estava feliz, fazendo festa e o Jaguara querendo dormir. O demonho só falava: “não vomita na Van, seu demonho”. Ele é uma pessoa sensível.
Chegamos ao hotel, uma hora pra guardar a van e fomos dormir. Acordamos e voltamos pra Floripa, tudo certo, felizes pela experiência.


p.s. falei pouco do Cassiano, mas ele deu uma baita força pra nós. Tudo bem que incomodava pacas, mas é um grande parceiro. Só ele pra ter paciência com o Thiago e suas peças de carro velho.

p.s. o Jean estava todo bobo por esse show no SESC, porque quem selecionou a SSC foi Pedro Alexandre Sanches

p.s. usarei este espaço para contar algumas histórias de viagens da ssc por aí!

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Bastidores do tributo

O último ensaio antes de subir no palco da Célula, pra não ter erro.
Muitas vezes mudamos arranjos de música minutos antes do jogo.
Você acha que só time de futebol reza, é?

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Lamaçau na Célula - sexta(10)


Olhar para um público como esse, pulando alegre, não dá vontade de parar.
Valeu galera, foi muito bom essa energia, esse feedback.
Vamos fazer outro em novembro, pode apostar!

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Homenagem ao gênio Chico Science

Lagoa (2003)

Hoje, eu e alguns bons amigos, faremos mais uma homenagem ao grande Chico Science, lá na Célula, a partir das 23h. A Samambaia Sound Club abrirá com um pocket show e na seqüência, vem a Lamaçau, com muito maracatu, frevos, cirandas e rock 'n roll. O grande amigo e parceiro, Gabriel Portela será o dj da noite.

Se tem uma coisa que me deixa super feliz quando subo ao palco, é o tributo a Chico, porque toco ao lado de grandes amigos (Ana, Thalez, Barreto, FM, Chico, e Marcão  + os ex-lamacentos Zenk, Galego e Jaguarito), porque adoro as músicas de Chico e sua trupe e, principalmente, pela energia das apresentações, do público, uma sensação tão boa que, mesmo cansado, não dá vontade de parar, é adrenalina pura.

olha esse link: http://www.youtube.com/watch?v=60M1_wOn8pQ&feature=player_embedded

Em relação ao Science, pra mim foi um dos últimos grandes gênios da música brasileira. Chico modificou a sonoridade do Brasil. Como um alquimista, misturou e fez mágica, deu certo. Acho que James Brown, Elvis, João Gilberto, Nirvana, Chico, entre alguns outros, são responsáveis por ciclos da música, por fases, por isso que chamo de gênio.
Independente de gostar ou não do som que Chico fazia, uma coisa é real, tinha identidade.

Vai lá na Célula, hoje, garanto que parado tu não vai ficar!

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Um combate inesperado

Semana passada eu elogiei o jogo entre Vélez Sarsfield e Peñarol, pela Libertadores da America, disse que foi bonito de ver por conta da raça que os times aplicam e a força que as torcidas dão. Não é um futebol bonito, mas com garra.
Ontem, pela final da Copa do Brasil, Coritiba e Vasco calaram minha boca. Foi um jogo lindo de se ver, com garra, vibração e qualidade. Dois times brasileiros que pareciam disputar uma final na Argentina.
As torcidas, incansáveis, cantaram do começo ao fim. A torcida do Coxa, em plena maioria, tentava assustar o Vasco com a potência das 30 mil goelas afinadas. Era de se arrepiar, mas quem disse que o Vasco se arrepiou?
Eu estava torcendo pro Coritiba, queria que o time do Sul saísse vencedor. Queria que o time que eliminou o Avai (dor de cotovelo) perdesse, coisa de torcedor, mas não deu, o Vasco saiu campeão, jogou bem, não tremeu e soube matar quando teve a oportunidade.
Acho que o erro do Coritiba foi ter entrado com três volantes de marcação, pra que? Quem precisava fazer gol? Depois, quando o técnico voltou com o esquema que consagrou o Coxa este ano, era tarde, já haviam tomado um gol e um gol fora, na Copa do Brasil, vale ouro.
No final das contas, fiquei feliz pelo Roberto Dinamite, provando que sem as artimanhas do Eurico Mirando, também é possível ganhar campeonato.
Tomara que o Vasco de ontem também seja aplicado no sábado contra o Figueira, que ganhe a partida, porque no Brasileiro não vale esse negócio de Sul. Fazer o que, coisas do futebol, assim posso tirar um sarro do meu irmão.